domingo, 29 de maio de 2011

Cavalo alado




Oh! Grande senhor das horas do tempo imaculável,
por todas as voltas que essa esfera dá,
em torno de si e em torno do sol, te rogo:

me apresente algo que paire para além dos círculos de um girassol
que não seja pressão de cachoeira em queda livre
arvorecer em horizontes de esticar a vista
planaltos e planícies douradas
ou brisa de campo rosado.

Tenho anéis de cerrado
cercando-me.


Ah! Que blasfêmia voz digo
portentosa alegria só se encontra no entrevo
do desfiladeiro de força centrípeta

nem lá, nem cá

 na travessia...
pontilhão de arruaça
 tênue linha.

Enquanto a  terra gira à pina...


Vem logo,
vem me buscar
cavalo alado dos dias,
por aqui o vento venta apressado
uivando e chamando toda a matilha

Aqui nada se esvai ou dilui
à total revelia

Toma de pulso certeiro
sua vida, seu tino
que o mais ao passo de trotes
é o mesmo destino console acolhido

Pra ganhar imensidão de céu azul!
É preciso arriscar,
alcançar a fronteira
daquele rincão encantado
de soalho molhado fecundo
ante a ribanceira.









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