sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
Seu lento enternecer
a vibração recíproca
as cartas reveladas na penumbra
nos corpos escritos
segredos de baú
selos e símbolos de sangue
hábitos retrógrados
especiarias aromáticas
artifícios de sentir
para contas de lágrima
lendas de lembranças forjadas
na criação imagética
das folhas bordadas
que secam ao tempo
expostas.
terça-feira, 8 de outubro de 2013
Creio nos vapores criados por uma respiração em transe
entre a linha tênue, tudo é transponível
no quarto escuro as visões são internas
instantâneas como flashes
milésimos de segundo
de silêncio imprevisto
na preponderância da queda à 0°
imagens se formam e desaparecem
como encantamento
nas paredes palavras incandescentes
dançam fluorescentes
seus céus particulares
palavras cravam a pele
tatuam urgências
como espinhos riscantes
a coluna dorsal
a coluna dorsal
da noite
vozes invisíveis vagueiam
os porões
proclamando presenças de vertigem
palavras que precisam ser transcritas
e avisam sobre as confrarias desfeitas
a preservação só existe na memória
tudo é fluxo e função
palavras plainam e pairam
me reinterpreto a partir do que leio
tudo é transmutação
e movimento
e movimento
sábado, 5 de outubro de 2013
Toda palavra é a repetição do verbo
primordial recurso através do verso
expresso
somos o futuro nos moldes do passado
ressignificado e intersubjetivamente
devolvido em sentido
somos o objetivo
do tempo
da gira
da gota d’água
tendência genuína das evidências
no desenrolar da experiência
iniciativa de comunicação
expandida
alma grafia
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
O solo da guitarra chorosa
me transporta pro limite
quisto
preciso enxergar a marca d’água
na expressão do pequeno rio que brota
do desejo
os olhos de um sonho
são membranas transponíveis
de um recíproco
eterno retorno
a singela leveza
de um olhar
vertical num corpo horizontal
te chamo
com a música
como fostes entidade
passageiro na remota
viagem
âncora e razão
astronauta de metal
mitificado
foras sim e entre o não
talvez
te esperarei
como esperam os fracos diante
do instante em vão
suspirarei quando sopraste
ao longe
doente de mim
auspícios
de virtude
e vontade
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
“(...) toda descoberta que verdadeiramente revela um novo
aspecto do ser nasce num raio de intuição, antes de ser controlada e
justificada discursivamente; mas na poesia o papel da razão intuitiva
tornava-se absolutamente supremo. (...) Entramos aí no império noturno de uma
atividade primordial da inteligência que, muito além dos conceitos de lógica,
se exerce em ligação vital com a imaginação e a emoção.” Jacques
Maritain - L'Intuition créatrice dans l'art et dans la poésie, 1966
sábado, 10 de agosto de 2013
meus símbolos pairam
e comungam com os teus
quando insetos na noite alta
larvas anímicas transmutando-se em mariposas oníricas
uma estrela brilhante aflora na abóbada escura da noite
profunda
quantos abismos ficam soltos como buracos negros?
Portais
infernais do etéreo redutível
ao mais ínfimo e imperceptível torque secular
transgredindo morosamente a fome infame
I
Entre o sono e o sonho
hígida vigília
desperta hipnotizada
com sentido de lembranças
em expansão
direção de atalaia
paciente
sabatina
II
Noções sustentadas por evidências empíricas
pois há na imaginação
forças de efetivação do real,
ainda que o real não seja compartilhado partindo de uma
construção altamente pessoal
x
ANTES DE CUNHAR IMAGINAR!
IMAGINAR ANTES DE CRIVAR!
elasticamente flexíveis,
volta e trás recordações dispersas, pouco passíveis de
descrição
mente –memória em comunhão
Escolher meus interlocutores e a medida da exposição
não forçar entendimento, não forjar compreensão
cada um com sua porção de realidade e sua capacidade de
condensação
contando que aceitar
o tempo imensurável
que tudo
protela e tudo prevê,
ainda que requeira esmera
de apática cacofonia transversa em representação
é saída complexa e digna de contemplação
fixa e aciona, aperta míopes os olhos e vê
de relance, fonema, sentido
coesão de ritmo de timo acolhido
sinestésico arrepio e meditação
trampolim pra dentro
escorregando lentamente num túnel escuro
profundo, descolado e inerte
desenrolar de línguas de trapo
torcidas e contorcidas
por seus totens- tabu
de cera e de tinta
no papel de azul
caneta
e branca
e rasa
chance.
Escrevo
para me redimir, me confrontar, me iludir. Escrevo para dar vazão a um
substrato mental corrosivo que incita a loucura, escrevo para me livrar da dor,
escrevo para contemplar o amor, a natureza e o que há de essencialmente puro e
divino.
Meu
processo de escrita é impreciso, oscila na perspectiva do fluxo de ideias, às
vezes são como correntes aquáticas num oceano de possibilidades, ora frias, ora
mornas, o caldo contorce-se na movimentação densa dos organismos primários.
Peixes na lama que ganham formas e se debatem contra as rochas milenares.
Sentidos ofuscados por membranas torpes, visão distorcida de fragmentos
molhados. Quando salta, o peixe vira pássaro e ganha os ares, sente o ar e
enfrenta a volta, via queda abrupta, suas nadadeiras não são asas e toda
transmutação tem seu tempo.
As
ideias me vêm num fluxo incessante que mal me permitem reconhecer a relevância
precisa. Ato biografia é essencialmente o que mais me motiva a escrever, mas
não sobre os feitos socialmente valorizados, o que me motiva sobre o ponto de
vista literário, no sentido de ter o ensejo de construir algo, é uma espécie de
autoanálise que vem acompanhada de uma simultânea auto sabotagem via auto
exposição denegrida, excessivamente fragilizada, passional.
Sinto
a necessidade de simplesmente tentar agir como se as mãos rápidas no teclado
pudessem acompanhar o fluxo contínuo do pensamento- expurgo de um cérebro ativo.
Salvo que a incorporação é o que fica. A verdade é que sinto uma constante
interação de pensamentos meus e alheios capazes de me transmitir imagens e mensagens
de conhecimento de dimensões paralelas, assunto delicado que demanda um acurado
trato – barreira imaginária que tal como linha tênue é reversível e transponível.
Admitir finalmente que nem tudo o que escrevo deve ser publicado, e que, além
disso, agora consigo ter uma visão mais abrangente e pensar a poesia para além
de sua origem na auto exumação do bem o do mal em mim, de algum sentimento
contundente, do inerente processo de escolhas sem fim. Agora passo a lidar
melhor com os impulsos, me contendo talvez, ou partindo de um ponto de vista
mais maduro acerca do que é escrever e qual é minha verdadeira intenção. O fato
é que esses anos de blog tem me servido para desmistificar a escrita e a
interação entre o que escrevo e o que reverbera entre os meus convivas, admito
que ainda me auto boicoto e que poderia soltar mais a mão e o coração.
Com destreza abrupta arrebatadora acertou firme o embolo
estourando-o em mil pedacinhos flamejantes que se dispersaram por instantes à
fio buscando o firmamento, um horizonte longínquo e indescritível, onde a única
coisa que se avistava era a criatura andrógina-
cabeça de aquário, cultivo de peixe solitário, nadando num líquido
amniótico repleto de pequeninas e nutritivas formas
geométricas.
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Meu autêntico e romanesco despertar
me transporta por entre nuvens de incenso e brisa do mar
por estradas oníricas que levam ao querer
somos cúmplices jardineiros da aurora etérea
regamos nossas sementes com fluidas correntes da nascente intuitiva
que forma o poço das ilusões - das urgências fictícias
do que o cosmos reitera
somos seres ainda pulsantes na atmosfera
pairando num plasma de dimensões encontradas
o mito do mundo
num minuto
pra mim
sou
a irreconhecível interposição
entre feixes de luzes
e córregos
que escorrem
seivas ontológicas
maravilhas do inconsciente arcaico
sussurram sistemas de significação
arquétipos
de sombras cintilantes
em arcos de passagem
nos espelhos do rio
a fronteira do fluir
mistificação do incongruente
quando a luz ganhar contornos mais precisos
se lembrará instantaneamente da essência
recuperada
cascatas
de água cristalina
brotando de fendas luminosas
Talvez pudéssemos fazer tal como naquela noite em que voando
baixo numa paralela dos sonhos, num horizonte longínquo como farejadores do
perfume das flores- sobrevoamos numa panorâmica nostálgica de reconstituição
visual um oco vale de ressonância ancestral entressachado por linhas cortantes,
tal como navalhas hesitantes- antes do alcance do imensurável
o amor incitou minhas inquietações e suspendeu minha
respiração até limites insuportáveis de vertigem
Quando os pássaros me transportarem em seu eterno revoar
quantas batidas de asas e do coração serão suficientes para
encontrar
um senda na escuridão?
quem merece e
compreenderia o cultivo das flores invisíveis?
são sutis e simbólicas suas florescências
são lentos seus condões
a coragem consiste em deixar escoar-se
até que a chuva interna caia e o corpo na água se dissolva
no mesmo elemento fundamental, único e universal
sedimento do barro no fundo da alma
terreno fértil
terça-feira, 6 de agosto de 2013
domingo, 4 de agosto de 2013
sou a chama acesa
ardendo lenta e trepidante
num templo de anjos desfalecidos e gárgulas petrificados
mausoléu de espectros
projetando dimensões distorcidas
na tábula rasa
sou a sombra subjetiva que invade a sala
a sinergia sinistra que sussurra seu nome
sou a lua cheia num céu de estrelas
sou a ave rara de voo ligeiro
desenhada no tabuleiro
de cartas lançadas
Personagem
e nem teu rosto mais me inquieta.
A arte de amar é exactamente
a de se ser poeta.
Para pensar em ti, me basta
o próprio amor que por ti sinto:
és a ideia, serena e casta,
nutrida do enigma do instinto.
O lugar da tua presença
é um deserto, entre variedades:
mas nesse deserto é que pensa
o olhar de todas as saudades.
Meus sonhos viajam rumos tristes
e, no seu profundo universo,
tu, sem forma e sem nome, existes,
silêncio, obscuro, disperso.
Teu corpo, e teu rosto, e teu nome,
teu coração, tua existência,
tudo - o espaço evita e consome:
e eu só conheço a tua ausência.
Eu só conheço o que não vejo.
E, nesse abismo do meu sonho,
alheia a todo outro desejo,
me decomponho e recomponho.
Cecília Meireles
sábado, 3 de agosto de 2013
Escrevo
e minhas palavras soam alto uma a uma ao leitor embargado. Sombras levemente
perceptíveis percorrem seu braço direito enquanto lê estas letras, pequenas
centelhas cintilantes te rodeiam, vultos aleatórios vagueiam e evaporam-se
facilmente a qualquer espanto, devaneios o incendeiam como um calor etéreo atingindo
lentamente diferentes partes fragmentadas de seu corpo. Breves zumbidos
confundem seus ouvidos, bem próximo a sua nuca sussurra com sua consciência uma
voz alegórica, simultaneamente você pressente uma presença líquida envolvendo o
ambiente e percorrendo os cômodos. Você experimenta a sensação de que não está
só, chega à súbita certeza de que nós nunca estamos sozinhos e que não cabe ao
acaso o delineamento do destino, e que quando o coração pulsa acelerado toda
sutileza emerge dos paralelos convergentes, das dimensões aparentemente
inexistentes para a maioria dos descrentes mortais que padecerão numa rotatividade
sem fim. Eu quero expandir feito bolha de sabão e me fundir, com minhas frágeis
membranas, explodir no vento da tarde. Eu quero me entregar ao ar que forte se
movimenta e sopra longe daqui.
Três poemas de Herman Hesse
Sem descanso
Alma, temeroso pássaro,
A toda hora perguntas:
Quando virá repouso, quando virá paz,
Depois de tanta luta?
Ah, eu sei: mal chegam dias sossegados,
Uma nova saudade já transforma
Cada caro dia teu em um tormento.
E, mal oculta no abrigo,
Vais procurar novos dissabores
E cheia de impaciência incendeias
O espaço como a mais nova estrela.
Nova vivência
Mais uma vez vejo descer o véu,
E o íntimo torna-se estranho,
Novos espaços estrelares chamam,
A alma inibida vaga em sonho.
Em novas órbitas, mais uma vez,
Organiza-se em torno de mim o mundo
E eu me vejo puro mago,
Como criança, nele colocado.
Mas um tênue pressentimento
Me chega de outras vidas:
Estrelas morreram, estrelas nasceram,
E o espaço nunca esteve vazio.
A alma se curva e se levanta,
Respira no infinito,
Nova e mais bela se tece,
Com rasgados fios, a veste de Deus.
Confissão
Doce luz, a teus reflexos
Entrego-me docilmente;
Outros têm metas e desejos,
A mim me basta viver.
Tudo me parece alegoria
O que sempre meus sentidos comoveu,
O infinito e o uno,
Que sempre vivo senti.
Ler nessa escrita de imagens
Faz minha vida valer a pena,
Pois sei: o Eterno, e o Ser,
Dentro de mim, residem e permanecem.
Herman
Hesse
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Minha espinha dorsal
a folha em branco
todos meus segundos pra você
invisível vibração oscilante de pensamento
tatuagem de fogo
a cada palavra
a marca
da interpretação
e quando a luminosidade invade
e cega toda impulsividade
alguma reação que o valha
algum sinal de sentido
tremulando feito miragem
num deserto de ficção
num coração de ilusão
faz-se rogação.
me alimentei de francas luminescências
que arderam por dentro feito chamas multicores
etéreas evidencias me encobriram de vestígios remotos
soporosas veemências me inebriaram o espírito
desfaleci pálida feito pétala desvitalizada
contorcionismos da alma me arrebataram
corto rizomas nocivos
como quem ceifa de um campo minado
o fel dos covardes
da passionalidade se faz um peixe
da emoção a patologia
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
Oráculo visceral
Um corpo é consumido
a cada volta intermitente
na translação do dia
na rotação da terra
sentindo distancias à frio
e errâncias à flor da pele
domingo, 28 de julho de 2013
Meu sol interior gira reminiscências e querências tantas
me consome o espírito e a presença
sorve minha seiva brutal como quem tira a vital centelha
dos lumes essenciais
Obscura sombra me toma
e me oculta a visão
desfaleço em transe
de hipnótica perseguição
percebo a relutância
do peixe fora d’água
da falta de confiança
da vida secularizada
destituída de encanto
meu amor cultivava sombras,
não sei ao certo se
por capricho ou hesitação
seus espelhos distorciam imagens e o próprio tempo
transcendendo o espaço
meu cavalo branco alado
alcança alturas celestiais na noite escura
estrelas cadentes ascendem seu caminho
Sei que elas o inebriam e ganhavam velocidade conforme
padrões de pensamentos arraigados que de tanto acionados despertavam humores
imprecisos e oscilantes
no cosmos integrado
todo nome sussurrado encontra seu ouvido
faíscas de receio
aqueles últimos escritos precisavam ser refutados?
era necessário que soubesse o quanto tocou
para muito além do arrependimento
ainda que os corpos careçam da
plausível e plástica realidade
da confirmação desnecessária
o organismo falece de confortos sensíveis
como a chuva forte caindo para acalmar
despertando o cheiro de erva fresca
macerada ao barro de fractais pressões d’água
gotas de mundo fragmentos de você
Insubstanciais segundos
despencando de uma atmosfera imprecisa
E era preciso desprender-se de si
como quem faz a muda, trocando toda a pele já impregnada por tantas dores e histórias
de tantas esferas marcadas que compreendem e interpenetradas atuam desenfreadas
quando em ambientes que as ignoram, e por vezes essas vozes que acompanham soam como
humores falidos de intuição depreciativa. É necessário abafar certas vozes e se
colocar num movimento de contorno e conquista de novos ares.
Se colocar numa vibração de elevação como desafio contínuo e
inquestionável, não se deixar levar pelas asas negras de uma imaginação
denegrida. Fortalecer no pensamento lúcido de permanência.
O caráter heurístico de suas investidas não disfarçava o
fardo sutil acoplado em seu dorso por descuido.
Tenho na pele tatuado um eclipse
porque só o sol não me basta
porque só a lua me é como a noite rasa
falta ilusionismo de estrelas passageiras
no cadente ritmo dos vórtices de luz e quando sopra o vento
no voo de sementes aladas fecundando a estação do tempo
inerente
me sinto pertencente a este misterioso movimento dos astros
magnéticos
no melancólico enternecer dos registros imagéticos, na
confusão das vozes dissonantes
confirmo a força do meu pensamento na confluência de forças
afins
quando flores de castidade forem mais polêmicas que as da
promiscuidade
confessaríamos os segredos mágicos de quem pretende a
expansão
Descobri singelas verdades sobre
o comportamento ordinário das sombras, como elas se portam e quais seus
passatempos prediletos. Sei que tem a ver com nossos hábitos e a abertura para
pensamentos perigosos. Atesto o poder de penetração em âmbitos de difícil
acesso, transposição de paredes como um fantasma vivo.
E era preciso estar atenta, com o
coração ressonante para captar a efemeridade de letras tão fortes e
significantes. Rasuras impressas em folhas de papel e espalhadas por toda a
casa. Ventania dentro d’alma, revirando tantas letras desastradas, espalhando
os estilhaços de sol, percorrendo os cômodos e devastando os vestígios de mim. Decifrando
e recolhendo os indícios de nós.
Lírios de espelhos
na imprecisão dos contornos da noite
luz branca permeando as pálpebras
Até quando lerei apaixonada
escritos que disparam o coração
Colecionava flores secas dentro
de páginas de livros, os mortos às ofertavam embaraçados por fazer a corte a
uma donzela telepática.
Quantas feridas ardem como
labaredas cujas chamas ascenderam tornando-se anjos sombrios
sol à pino, na cumeeira das grandes ideias,
quem poderia captar tal magia, quem se importa?
no reconhecimento antecipado,
quando o aperto no peito traz a sensação de incompletude
quando a realidade abrange outras
dimensões
estou o tempo todo aqui
em busca de um conto de fadas
Ninguém está pronto e todos
crescemos com a dor, mas a transposição dos desejos mundanos é a base para
alcançar os degraus do celeste
Ao som que vibra e alcança
destino a corda tensionada ou
bamba em movimento
razão e contra senso
que desflora numa intenção disforme
solta como vento
naqueles tempos os signos falavam de conexões astrais
confusas amarrações
estrelares
auto-declaradas disfunções
influxos ao som que reverbera
meu pulso
minha letra
meu recurso
dos processos subsequentes e falíveis – passivamente
protelados, como quem mastiga a própria língua, como quem engana a própria sorte,
como quem desmerece a poesia, como quem comete a heresia da escolha, como quem
finge não ser sendo inevitável. Vicissitudes do incontestável rumor ancestral,
que trouxe imagens e símbolos de um outro recorte de plano astral desde
momentos remotos situados em confins- portinholas da memória.
Tenho a paciência e a compaixão do oceano-pretensão de
espera/ pretensão de esferas complementares/ de cumplicidade
Sua espera a envolve num casulo caótico de reverência
postular e entrega a fatalidade.
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Suspensos na tênue linha imaginária que separa a insanidade
da iluminação sutil
no acordo implícito da sintonia
Vento varrendo os vales e quem acredita na sincronia das
tardes?
Na presença de animais de poder que espreitam, de luzes que
giram significâncias, na transposição de limites translúcidos, na emergência do
pulsar cardíaco desgovernado
sinto um torpor de
sonho enigmático decifrando o não agir, o desistir, o desligar
Saber da ocorrência de
planetas internos gravitando em supressões circulares e da existência de sóis
com labaredas multicores ardendo no interior dos seres
alma de serenar, no entardecer das memórias, momento de aquiescer
confiar na estrela guia e passageira
na constância das forças do cosmos
e na transmutação eterna das continuidades
quinta-feira, 18 de julho de 2013
Meus elementais comungam a consonância sagrada do cosmos
da unidade que se rebenta contra os contornos do tempo
abro margem para entendimentos
delineamentos sutis
Minha experiência engloba realidades expandidas
vão de encontro por sintonia e interesse de lembrança primordial
e quando toda interpretação for sincronia
de estrelas numa conjunção de luz
ascendo como arrepio dorsal numa noite de cristais áureos
Constelações errantes dançam ao som magnético do encanto
traços paralelos nas trajetórias das órbitas lunares
Quantos desenhos um céu pode sonhar?
Quantas conexões extrapolam as fronteiras da materialidade sensível?
Vento solar e torrente devir
efêmeros sentidos captados como a brisa suave
expressivos por sua brevidade
simplesmente passam e significam
Flávia Amaro
da unidade que se rebenta contra os contornos do tempo
abro margem para entendimentos
delineamentos sutis
Minha experiência engloba realidades expandidas
vão de encontro por sintonia e interesse de lembrança primordial
e quando toda interpretação for sincronia
de estrelas numa conjunção de luz
ascendo como arrepio dorsal numa noite de cristais áureos
Constelações errantes dançam ao som magnético do encanto
traços paralelos nas trajetórias das órbitas lunares
Quantos desenhos um céu pode sonhar?
Quantas conexões extrapolam as fronteiras da materialidade sensível?
Vento solar e torrente devir
efêmeros sentidos captados como a brisa suave
expressivos por sua brevidade
simplesmente passam e significam
Flávia Amaro
terça-feira, 16 de julho de 2013
Densa bola de fogo cósmica primitiva
mitos de sincronicidade e elegia
em órbitas disformes
fração de estrelas
giros de mundos internos na latência do sol
erradicadas raízes de raios elétricos num céu de expansão
nuvens gravitam sobre cabeças distantes pelas fronteiras físicas
oscilando no plano galáctico das confirmações
padrões espirais de uma geometria milenar
que remetem à unidade- às profundezas abissais dos ciclos de sempre
na transposição do eterno devir
existir!
mitos de sincronicidade e elegia
em órbitas disformes
fração de estrelas
giros de mundos internos na latência do sol
erradicadas raízes de raios elétricos num céu de expansão
nuvens gravitam sobre cabeças distantes pelas fronteiras físicas
oscilando no plano galáctico das confirmações
padrões espirais de uma geometria milenar
que remetem à unidade- às profundezas abissais dos ciclos de sempre
na transposição do eterno devir
existir!
domingo, 14 de julho de 2013
Eternamente
Eternamente
Leve como sopro sideral
poeira cósmica sinérgica
avassaladora
significante
tempo pretérito-presente
plasmando o pulsar próximo
e outros sentidos de pineal conexão
Leve como sopro sideral
poeira cósmica sinérgica
avassaladora
significante
tempo pretérito-presente
plasmando o pulsar próximo
e outros sentidos de pineal conexão
terça-feira, 9 de julho de 2013
Subje(a)tivismo
transpor o vazio através da imaginação
desejo que cria a partir do interesse
resgatar a lembrança arcaica submersa
Te quero livre
verso solto e vento forte
do cerrado das almas alegres
força motriz de significância
matriz luminosa de condensação
de iluminamentos sutis
de signos de quase contentamento
e decifração
sou seu pensamento
na medida em que você é o que pensa
sou sua memória seletiva
da emoção do que ainda será
quando o medo impera é o que emperra
raízes de inconsciente arraigado num lago de lama e caos
primordial
o barro precisa ser moldado
a consciência desperta
a presença germinada
alcançar as estrelas mais altas das utopias internas
amor e companhia
estar no equilíbrio
do aqui e agora
à hora do dia
e irradiar espontaneidade nos giros de todas as ordens
todo pensar é uma semente
na potência do grão
é preciso a umidade e o calor
dos raios da esfera lunar
acesos no coração dos peixes profundos
sinto-te próximo
pensamento de ressonância
possessão do invisível vir a ser
chama azul tocando a face como presente,
no presente
sexta-feira, 10 de maio de 2013
Há de se ater sempre
num contínuo esforço imaginário
onde toda obstinação de visagem
onde toda obstinação de visagem
investida em excursões
de pensamento
e corpo arraigado
à desdobrar-se
como um pendulo poderoso
ora ia o mistério,
como um pendulo poderoso
ora ia o mistério,
e ora voltava criatividade
trazendo imagens fluídas
como símbolos do inconsciente
como símbolos do inconsciente
na presença do trajeto
entre o nada e o excesso
entre o nada e o excesso
Eles se aproximam
chegando cada vez mais perto,
vindos de todos os
lados,
às vezes até de dentro pra fora,
assumindo diferentes formas
e traquejos comunicativos,
estabelecem contato
e logo tomam domínio
quando disfarçados de pássaros
assobiam
melodias hipnóticas
indivisíveis
invadindo sem hesitar
seu lar
de ilusão
quando luzes
podem ser policromos anacrônicos
sempre presentes e talvez pouco acessados
invisíveis
como pequenas auroras bureais
na altura de sua cintura
e você se joga na energia
azul celeste, rosa escarlate, verde neon
brumas brancas
nuvens baixas doando uma energia alucinada ao cosmos
que te acolhe feito bebe no paraíso primordial
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meu sonho consciência seguirá por sendas secretas lúcido e luminoso construindo minhas próprias lendas.