segunda-feira, 28 de março de 2011

                                                                                                                               Flávia Amaro 


Tarde triste e silenciosa
de vila de beira mar:
uma tarde cor-de-rosa
que vai morrendo em luar...

Ao longe, a várzea cintila
de uns restos de sol poente;
mas, por sobre toda a vila
-- do morro a que fica rente --
desce uma sombra tranqüila
e anoitece lentamente.

Nem rumor da natureza,
nem eco de voz humana
perturba a infinita calma,
a solitária vila praiana.

Nem se ouve o mar, longe, e manso!

A tudo, em redor, invade
um ar de mole descanso...
Silêncio... Imobilidade...
Como que interrompida
a correnteza da vida
fez neste ponto um remanso.


Vicente de Carvalho


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