Acredito em dimensões sobrepostas,
em sombras e em arranjos articulados como teias de uma grandiosa amarração. Projetamos
as sombras das antigas cavernas e oscilamos nossos mitos arcaicos entre o fogo
elementar e a bruta aceitação de nossa condição natural. Cerco-me de
questionamentos e passageiras compreensões, a cotidianidade irresoluta e seus
maniqueísmos insurgentes não me comovem, procuro a imensidão de toda perda e me
coloco no vão entre a razão e o sentimento que ilumina desde a
face sensível ao olhar inteligível. Tudo é perenemente ontológico. E quanto ao
caótico, cabe ao corpo convalescer e o que eleva à dor universal, a angústia
existencial relativa à saudade da alma de um lugar unívoco onde todo o uno é o
calor do cosmos centro, o umbigo de todo o mundo, a convergência de todas as
constelações, o núcleo de luz, capaz de suplantar toda a ausência como num movimento,
o eterno movimento que sempre conduz do extremo do erro ao extremo do acerto no
transcorrer da transversalidade das emanações centrípetas, na irradiação dos
relevos e resgates ancestrais.
quinta-feira, 24 de julho de 2014
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