sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
Nossas vozes comunicam velocidades
trago a brevidade da promessa
dos corações em urgências primárias
da sede e da precipitação
quando em êxtase das horas incertas
a entrega à imediatez da razão
na efêmera interação das vontades
no que já se perdeu ou se encontra
no espaço intermediário
do aqui e do não
domingo, 7 de dezembro de 2014
por perto
sempre pairando feito nuvem
que se condensa sobre minha cabeça
presença perversa
permeia a eternidade cíclica
porosa e morosa dentro do meu peito
constelações selvagens em ritmos alucinantes
me entrego
por perto
o cílio, a sombra surgindo
em escalas nervosas
sentenciando a duração
do tempo
entrevir
tremo
palpitação
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
Cadência
Te quero
sentir feito vibração anímica avassaladora
na brevidade
da chispa-
sede
originária do mar que avança
nas precipitações
de vertigem
trago a
gênese hedônica
da
covardia
continuum
atávico
visível-
invisível
fome tardia
todo
abismo é a indecisão da queda
não há
saída razoável para além da entrega
na
suspensão instantânea da preponderância
um segundo
desvela o absoluto no pulso
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
domingo, 5 de outubro de 2014
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
Identidade
Preciso ser um outro
para ser eu mesmo
para ser eu mesmo
Sou grão de rocha
Sou o vento que a desgasta
Sou o vento que a desgasta
Sou pólen sem insecto
Sou areia sustentando
o sexo das árvores
Sou areia sustentando
o sexo das árvores
Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro
No mundo que combato morro
no mundo por que luto nasço.
no mundo por que luto nasço.
Mia Couto em "Raiz
de Orvalho
e Outros Poemas".
e Outros Poemas".
terça-feira, 26 de agosto de 2014
Posso ler a inesgotável pulsão
decodificação de letras sutis
ou enquanto toda afirmação for sentença
de adormecimento ou inércia
que reverbera no cosmos eternizada
todo silêncio é sagrado
todo sacrifício é ilusão
enquanto suportares sustentarás em vão
enquanto transportares amenidades
para outros patamaresdesmoronarão
segunda-feira, 25 de agosto de 2014
quinta-feira, 31 de julho de 2014
Mergulhei até limites abssais
pressão que estoura em profundidade
e quando nem toda densidade for suficiente pra afundar
te procurar até que os contornos se amenizem e as luzes reminescentes
dos pequenos prazeres te despertem lentamente
Coroas de fogos
os anjos que nos circundam estão presos à anéis místicos
envolvem poderes e calores específicos
Profanas contundências
compassos harmoniosos
enquanto filamentos de sol alcançam
inauditos fragmentos e restauram florescencias
eu quero estilhaçar certezas hipócritas
encontrar a sintônia que escreve para mim, e para que?
Para comprovar que memórias se constroem no instante
pressão que estoura em profundidade
e quando nem toda densidade for suficiente pra afundar
te procurar até que os contornos se amenizem e as luzes reminescentes
dos pequenos prazeres te despertem lentamente
Coroas de fogos
os anjos que nos circundam estão presos à anéis místicos
envolvem poderes e calores específicos
Profanas contundências
compassos harmoniosos
enquanto filamentos de sol alcançam
inauditos fragmentos e restauram florescencias
eu quero estilhaçar certezas hipócritas
encontrar a sintônia que escreve para mim, e para que?
Para comprovar que memórias se constroem no instante
Eu argumento que nossos corações podem ter se petrificado quando soubemos por fontes glaciais que os mananciais cósmicos estão comprometidos pelas impurezas da alma humana. Não devemos nós paralizar diante da vida em função do medo que nos impele à morte em vida. Receba meu amor dilacerado e resguarde bruscas partilhas.
quarta-feira, 30 de julho de 2014
Fui abrupta, me excedi. Qual a medida da intensidade do que se julga subjetivamente real? Qual a finalidade da confirmação objetiva? Toda palavra legitíma uma fuga do real, pressupõe uma abstração necessária. Que dimensão te apetece, a imediatez das pulsões orgânicas ou o afastamento descritivo? Nenhuma palavra recupera o sentido de sua empiria instantânea, no entanto a um sentir sublime ontologicamente desenhado na interpretação espontânea. Sei que dos cósmicos transportares a reciprocidade é a resposta. Aquilo que te prende é o que te transborda.
quinta-feira, 24 de julho de 2014
Percorro o leito de um rio e a copa se fecha numa trama
verde
tudo é efêmero como a água que corre
deidades de plasma e eu a ninfa passageira das águas
sobre o pôr do sol dourado tudo é pertencimento
toda a natureza comunica comigo aqui e agora
tudo vibra no mesmo ritmo do coração selvagem da terra
os sopros transportam a consciência para as alturas
e toda brisa carrega fumaça de dispersão
Acredito em dimensões sobrepostas,
em sombras e em arranjos articulados como teias de uma grandiosa amarração. Projetamos
as sombras das antigas cavernas e oscilamos nossos mitos arcaicos entre o fogo
elementar e a bruta aceitação de nossa condição natural. Cerco-me de
questionamentos e passageiras compreensões, a cotidianidade irresoluta e seus
maniqueísmos insurgentes não me comovem, procuro a imensidão de toda perda e me
coloco no vão entre a razão e o sentimento que ilumina desde a
face sensível ao olhar inteligível. Tudo é perenemente ontológico. E quanto ao
caótico, cabe ao corpo convalescer e o que eleva à dor universal, a angústia
existencial relativa à saudade da alma de um lugar unívoco onde todo o uno é o
calor do cosmos centro, o umbigo de todo o mundo, a convergência de todas as
constelações, o núcleo de luz, capaz de suplantar toda a ausência como num movimento,
o eterno movimento que sempre conduz do extremo do erro ao extremo do acerto no
transcorrer da transversalidade das emanações centrípetas, na irradiação dos
relevos e resgates ancestrais.
segunda-feira, 7 de julho de 2014
Entre peixes e astros,
meu aquário é o planetário
do cosmos aquoso e cinético
por toda a umidade
na síntese do silêncio
do vazio que tudo ocupa
e por tudo perpassa
a presença
a crença oculta
alegorias da caverna
e tanta sensibilidade,
quando tudo se torna inteligível
sempre
no numinoso das intuições
apregoa reciprocidade
A pele é o órgão sensível de maior extensão
se sobrepõe à razão, e o arrepio é a prova disso
o que te palpita
à carne pulsa
irremediavelmente
distinto da mente
a conexão sagrada
sonho desperto
ruflar das asas
pequenos sopros
de sentir
os contornos do tempo
confrontam as certezas
lume da noite escura
Silvestre porvir
guardar um sorriso
seria guardar um istmo de pureza
nas tendas da vida vacilante
voar errante e te encontrar
nos céus de rosa e azul
cintilantes
no ventre
oceanos inteiros
oscilando ondas de vibração energética
atravessamento para ínfimas impressões
meu sopro começa na palavra
semântica que extrapola nuances
manifesta no físico
feito músculo em movimento involuntário
pulsando espontâneo feito insight
no tato secreto do imponderável
o invisível revela seu deslocamento
e seu trato
terça-feira, 1 de julho de 2014
-X-
Quando o céu se fecha nesse cinza
agourento me pergunto sobre as reciprocidades contidas nos momentos desperdiçados
e nas certezas mofando na gaveta escura. Nos papéis riscados com meus códigos
de sentido. Na vida atrás da janela que nos circunscreve a esboços muito aquém
dos sinérgicos corpos efêmeros que carregam nossas causas opacas de vitalidade
e os corações ainda em pulsação na sintonia dos sonhos de norte e acolhimento.
Enquanto a alma de transcendente essência de flores e tantos perfumes compõe um
campo de observação, entre a ação do tempo e a distância, na sobreposição de
então.
Cartas esquizofrênicas,
Para te responder me exponho
muro tolo das lamentações
amarrações forjadas na manipulação etérea
ou enquanto todo voyer for feito de microscópicos rumores
que soam de dentro do seu cérebro endurecido
e ressonam desde seu ouvido criando ondas magnéticas
de oscilação emocional intuitiva
e quando a ingenuidade for feita de certezas telepáticas
me esquivo enquanto há o tempo
impreciso
sábado, 21 de junho de 2014
Me eleva noite de despenhadeiro
no cume frente ao mar aberto
e enquanto todo oceano for profundamente obscuro
no movimento do mundo,
do umbigo- domingo abissal da degeneração
quando cada gota viva vibra
o ressoar é eterno
e a presença é o presente do instante
no desperto tratamento
meu afeto é seguro
o colar foi feito de contas
milênios foram preciso
enquanto a maré dançava seus velhos mistérios
e eu me entregava a seu ritmo contínuo.
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meu sonho consciência seguirá por sendas secretas lúcido e luminoso construindo minhas próprias lendas.