Nunca estamos só, criamos e parimos pensamentos a todo momento-
uns mais elaborados, outros malévolos, uns benéficos, emotivos, banais. É fato
que eles se descolam e ganham vida própria. Ficando soltos no cosmos, plainando
feito nuvens amorfas, invisíveis e passageiras. Somente podem ser captados,
condensados e precipitados pelas antenas da alma.
glândulas humanas secretam
espíritos de solidão
eles habitam a casa e animam seu aquário de estimação
osmose de sintonia aquática
quem disse que no oxigênio não se boia, ou se afunda?
cultivando sombras ele segue construindo ruínas desérticas
onde o estridente rumor é abafado
sonhando com a intuição do acaso
forjado, na reminiscência do silêncio
ela pára e escuta o barulho do mar.
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