Na marquise do saguão de entrada de um hotel qualquer no dobrar da esquina já não estava mais sozinha, fazia sombra, névoa e era alta madrugada.
Entrou confiante e recostou-se sob o balcão, tal como um parapeito do precipício.
Se encontrava absorta enquanto esperava algum sinal ou gentileza alheia.
Foi quando ouviu um ranger arrastado, alguém finalmente se aproximava. Tinha a silhueta de um homem e deslocava uma pesada cadeira de ferro desde o fundo do salão vazio. O ruído remetia à ambos um simultâneo incomodo artifício, nada mais que reminiscências de uma síndrome espasmódica esquecida.
Sabia que às vezes, por mais que tentasse não daria para somente abstrair, seria necessário interromper, e até mesmo romper definitivamente.
Como num estalo de consciência, a dona saca logo um cigarro de uma espécie de caneleta posicionada displicentemente entre seus seios, parecia embalagem de vitamina C e ressaltava suas artimanhas peculiarmente práticas.
Acendeu-o num sorver
único, queimando feito brasa instantânea, o subliminar objeto fálico.
A voz, rouca e soturna já muito próxima lhe direcionou a palavra,
_Puxe também uma cadeira.
_Obrigada, mas estou só de passagem. É que a chuva...foi interrompida.
_O que eu tenho a dizer é breve, não vai durar.
E com um movimento ligeiro e preciso o homem apontou novamente a cadeira em direção a moça.
Ela sentou-se, acomodou-se ressabiada, é que aquele homem desconhecido a transtornava atenção, por alguma razão que lhe escapava o fôlego.
E com um movimento ligeiro e preciso o homem apontou novamente a cadeira em direção a moça.
Ela sentou-se, acomodou-se ressabiada, é que aquele homem desconhecido a transtornava atenção, por alguma razão que lhe escapava o fôlego.
_Pois não, então diga.
O homem inclinou-se bem perto, e olho a olho, temperatura de proximidade, disse:
_ Não há o que dizer, tampouco sentir, só temos tempo para
mais uma dívida.
A vida é efêmera, tenho pressa, gostaria de não precisar me apresentar, já fui tantas coisas, hoje nem sei mais. Além disso, nenhuma situação se esboça no vento, o mesmo que não te trouxe aqui por acaso.
A vida é efêmera, tenho pressa, gostaria de não precisar me apresentar, já fui tantas coisas, hoje nem sei mais. Além disso, nenhuma situação se esboça no vento, o mesmo que não te trouxe aqui por acaso.
A essa altura da madrugada nenhuma hesitação faz
sentido, precisamos nos aliviar.
se eu fosse ela eu dava! rs
ResponderExcluiradorei, fiquei imaginando um curta!
saudades flávia!!!!