quarta-feira, 18 de agosto de 2021

 

A eterna dança cósmica do caos

 

O grande engodo previa o adormecimento das forças antagônicas do caos. De um lado estavam os neoliberalistas crentes na eficácia do sistema capitalista de produção, estes cantavam aos sete ventos as supostas benesses da tecnologia e a capacidade de uma ilusória e maleável acumulação do capital. Defendiam que para manter-se no poder seria necessário destituir antigas políticas assistencialistas e o intervencionismo estatal. De outro lado estavam os críticos dessa visão, pautados por ideais marxistas e libertários, condenando a superprodução, a substituição do trabalho humano pelas máquinas e a acumulação de capital fictício. A crise por tantos anos adiada, chegou finalmente às vias de fato. O apocalipse é agora.

O EUA entrou em derrocada, seu déficit comercial atingiu cifras extraordinárias. Com Bretton Woods surgem as moedas sem lastros vagando em trânsitos flutuantes, em decorrência vem a globalização que permite que bancos e empresas operem simultaneamente utilizando várias moedas. Agora surge as criptomoedas e todo esse sistema abstrato atinge novas configurações.

Era previsível que mais cedo ou mais tarde essa hegemonia norte- americana caísse por terra, pois os EUA havia passado a emitir dólares à revelia. Outros países não aceitariam essa posição subordinada eternamente, a dança cósmica do caos inevitavelmente alternaria a posição dos pares e de quem está ao centro da roda. Os yankees eram tolerados porque eram donos da se a jukebox, porque sua hegemonia estava inscrita na própria lógica de funcionamento do sistema, pois eram eles quem tocavam a música. Por isso havia a cooperação, o dólar precisava se sustentar para sustentar outras economias. As novas roupagens da guerra que se evidencia denunciam que o conflito de cooperação aponta para uma crise sistêmica iminente. A cacofonia representa um inflexão na conjuntura internacional, China, Rússia e porque não Afeganistão denunciam uma multipolaridade de poderes.

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não, São Paulo não me cativou nesse ano. Para mim, privilégio não é estar onde “todo mundo está”, mas estar em um lugar onde se pode, num ...