A eterna dança cósmica do
caos
O grande engodo previa o
adormecimento das forças antagônicas do caos. De um lado estavam os
neoliberalistas crentes na eficácia do sistema capitalista de produção, estes cantavam aos sete ventos as supostas benesses da tecnologia e
a capacidade de uma ilusória e maleável acumulação do capital. Defendiam que
para manter-se no poder seria necessário destituir antigas políticas
assistencialistas e o intervencionismo estatal. De outro lado estavam os
críticos dessa visão, pautados por ideais marxistas e libertários, condenando a
superprodução, a substituição do trabalho humano pelas máquinas e a acumulação
de capital fictício. A crise por tantos anos adiada, chegou finalmente às vias
de fato. O apocalipse é agora.
O EUA entrou em
derrocada, seu déficit comercial atingiu cifras extraordinárias. Com Bretton
Woods surgem as moedas sem lastros vagando em trânsitos flutuantes, em decorrência vem
a globalização que permite que bancos e empresas operem simultaneamente
utilizando várias moedas. Agora surge as criptomoedas e todo esse sistema
abstrato atinge novas configurações.
Era previsível que mais
cedo ou mais tarde essa hegemonia norte- americana caísse por terra, pois os
EUA havia passado a emitir dólares à revelia. Outros países não aceitariam essa
posição subordinada eternamente, a dança cósmica do caos inevitavelmente
alternaria a posição dos pares e de quem está ao centro da roda. Os yankees
eram tolerados porque eram donos da se a jukebox, porque sua hegemonia estava
inscrita na própria lógica de funcionamento do sistema, pois eram eles quem
tocavam a música. Por isso havia a cooperação, o dólar precisava se sustentar
para sustentar outras economias. As novas roupagens da guerra que se evidencia
denunciam que o conflito de cooperação aponta para uma crise sistêmica iminente.
A cacofonia representa um inflexão na conjuntura internacional, China, Rússia e
porque não Afeganistão denunciam uma multipolaridade de poderes.
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