Relatos iniciais
Naquele instante sentiu pulsar forte o coração e os tímpanos
embalados pela música universal, de onde todas as línguas eram proferidas simultaneamente
como num mantra hipnótico. De onde todos os instrumentos inimagináveis estavam
presentes e cadenciavam juntos e harmonicamente melodias que sovam de dentro
para fora produzindo um efeito corpóreo vibratório e contagiante, estimulando músculos
diversos na busca pelo movimento incessante.
E se girava como na infância andando nas nuvens com um
espelho nas mãos e certa vez avistou um portal, tal como uma fenda ilusória
margeada de arco Iris onde se podia caminhar sobre cristais cintilantes e
multicores em formato de pequenos losangos nostálgicos. Lembrou do dia na
cachoeira das Freiras onde avistou pequenos vórtices de luz bem acima da grande
queda de 45 metros, da comunicação visual com os pássaros e outros pequeninos
iluminados. De dentro do poço borbulhante como um liquidificador a água era antiga,
tão ancestral quanto aquelas árvores, aquela pedra e aquelas pessoas e
energias.
Não era necessário distinguir nada, sua cognição já ultrapassara
a esse ponto qualquer expectativa, deitada, sonhando acordada nenhuma quebra de
ossos seria capaz de despertá-la do que por enquanto era apenas projeção,
intenção irrevogável. Só vontade!
Começas nas alturas.
ResponderExcluirBelo texto.
Abraço.
Gilson.
Adorei o texto, a poetica simples que está na vida, nas coisas, nas palavras que deliram...
ResponderExcluirBjos e obrigada.
Ju Bom-Tempo