Creio nos vapores criados por uma respiração em transe
entre a linha tênue, tudo é transponível
no quarto escuro as visões são internas
instantâneas como flashes
milésimos de segundo
de silêncio imprevisto
na preponderância da queda à 0°
imagens se formam e desaparecem
como encantamento
nas paredes palavras incandescentes
dançam fluorescentes
seus céus particulares
palavras cravam a pele
tatuam urgências
como espinhos riscantes
a coluna dorsal
da noite
vozes invisíveis vagueiam
os porões
proclamando presenças de vertigem
palavras que precisam ser transcritas
e avisam sobre as confrarias desfeitas
a preservação só existe na memória
tudo é fluxo e função
palavras plainam e pairam
me reinterpreto a partir do que leio
tudo é transmutação
e movimento