sexta-feira, 25 de março de 2011

"ê sum Paulo"


Estava sozinha na cidade grande, caminhava dispersa por direções horizontais e verticais
Me forcei a estar lá, naquele caos, naquele momento
ser mais uma na multidão frenética,

o coração batendo acelerado
pupilas dilatadas de tensionamento,

um empurrão,
atenção!

Como escolhem estar aqui?!
Formiguinhas no emaranhado submerso dos túneis
São Paulo no metrô me intrigou...

A terra da garoa comove pela dimensão exorbitante
seu fluxo
seu ritmo
seu tônus

Troquei olhares com dezenas de pessoas no anonimato
Elas me observavam diametralmente
à cada ruga de expressão
Impressão minha?

Um fragmento de segundo e minha identidade se fixa perecível
Vários rostos, memórias e histórias ao longo de um dia
boiada dando cabeçada
todos muito, muito próximos.

Como posso sentir um falo sem conhecer seu tato?

distância inexorável

e no tocante ao corpo desconhecido,
se perdeu no tráfego
à passos largos 

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