sábado, 26 de fevereiro de 2011

Tome tento


Com cheiro agridoce,

de pimenta sugestiva

macerada ao toque

da temperatura

 dos trópicos


sua compleição despertava

à cada espasmo, deleite

pulsão de saliva

à cada dobrar de esquinas,

nos arrancos de pinote,

nos melindres de menina


sua face se ruborizava apenas quando descascava cebolas

saltavam-lhe as veias do colo e pescoço

como impulso de fluxo sanguíneo

apelo pro tempero visceral vespertino

para a digestão da história

pelo salpicar da memória


de ponta à cabeça,

 “malandramente,

nesses caminhos”


Não se pode controlar a circulação, tampouco o ritmo

batuque ancestral aqui dentro, atemporal e arrítmico



Naqueles domínios só tinha sangue nos olhos e fogo nas ventas quem sabia se impor.

Um comentário:

  1. teus textos parecem ter sabor , a gente consegue degustar as palavras , a gente sente elas descendo pela nossa garganta e percorrendo o corpo.

    eu adorei o texto!

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